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A reparação às vítimas e às famílias afectadas é simplesmente impossível. Acompanhar a sua dor, ouvir, ou estar, simplesmente.
Casas, memórias, fábricas, o trabalho dedicado de populações laboriosas, podem reparar-se apenas com indemnizações?
Recursos colectivos de um país esquecido e abandonado, destruídos sistematicamente pelo terrorismo incendiário sem que se tenha sequer assumido essa realidade, podem reparar-se enquanto este governo se mantiver em funções? Não podem.
A Assembleia da República tem condições, neste momento, de encontrar uma alternativa viável, quando dali não saiu sequer uma perspectiva da realidade do país? Não tem. Teremos de aguardar pela reformulação e reorganização do PSD.
A meu ver, um governo provisório, constituído por pessoas experientes da sociedade civil, que nos levasse até às próximas legislativas era o ideal na nossa actual situação de desmoralização e insegurança.
Desafios a curto-prazo: prevenção de situações de risco (a Protecção civil sob a tutela das forças armadas); a investigação para melhor prevenção com agilização legislativa da Justiça; mobilização de recursos e apoios para reconstrução de habitações, fábricas e empresas.
Contrariamente à opinião de uma comentadora de serviço para controle de danos, na RTP3, que "somos bipolares", considero que somos fortemente comunitários e essa tem sido a nossa hipótese de sobrevivência a sucessivos governos incompetentes. Sobrevivemos ao gonçalvismo, ao soarismo, ao cavaquismo, ao guterrismo, ao barrosismo, ao socratismo, ao passismo. Mais difícil e doloroso será sobreviver a esta mistura híbrida socratismo no marketing e na arrogância, passismo nos preconceitos culturais e na ausência de empatia.
Um governo provisório seria uma solução que poderia ajudar a recuperar a confiança e a esperança.
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