quinta-feira, 20 de abril de 2017

O que é que está a acontecer com as lideranças políticas actuais que todas se assemelham?





Como senti na alma o peso de lideranças que abafaram e alienaram o país, consigo imaginar o que estarão a sentir populações de países como o Reino Unido, a América, a Turquia... só para referir alguns.
No caso português, encontrou-se uma solução inovadora, uma equipa formada por um acordo inédito, de três grupos políticos, e que funciona. Parte da sua eficácia deve-se à vontade da maioria da população. E a outra parte à própria equipa: quem estragar o seu funcionamento sabe que irá enviar a população de volta ao séc. XX.

Hoje deve pensar-se na gestão política em termos de equipas, de acordos e/ou coligações. Já não faz sentido a gestão política apresentada ao público por um rosto e uma voz que tudo transmite e tudo representa. Estou a pensar, é claro, em Theresa May, em Trump e em Erdogan.
Dir-me-ão: alto lá! Há diferenças.
Diferenças? Em termos das consequências para as suas populações? 
Uma quer reforçar a sua legitimidade e a do Brexit, outro quer mostrar que é o homem mais poderoso do mundo, o terceiro juntou poderes em si próprio que legitimam uma tirania.

As populações do Reino Unido vêem-se agora condicionadas a voltar ao séc. XX e nem sei se não será para séculos anterioresAs que votaram Brexit arrastam agora todas as outras. 
As próximas eleições extraordinárias poderiam ser uma oportunidade para travar este desastre cultural, económico e político, se os grupos e movimentos se juntassem e colaborassem na construção de uma alternativa viável ao governo actual.

Estou mais optimista em relação à América. A inovação cultural está viva nas populações, mesmo naquelas que votaram Trump. 
O grande desafio será conseguirem furar um sistema político que foi construído para favorecer as elites e manter as populações no seu lugar. A nomeação de Trump deixou essa realidade a céu aberto. Agora as populações sabem que há um sistema político a reconstruir, equipas a formar, novos grupos e movimentos.

Quanto à Turquia, já imaginaram uma cidade como Istambul, que reflecte uma cultura aberta e flexível e consegue a proeza de fazer a ponte entre uma civilização antiga e uma perspectiva actual, ser condicionada à lógica do controle absoluto, à linguagem bélica, à criação alucinada de inimigos?

   
O que é que está a acontecer com as lideranças políticas actuais que todas se assemelham? E logo em países estratégicos para a vida do planeta.





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