segunda-feira, 10 de abril de 2017

A França pode aprender com o retrocesso cultural do Reino Unido pós-Brexit





Fiquei arrepiada ao ver esta reportagem da TVI 24, O Novo Muro. O Reino Unido, que no séc. XX esteve na vanguarda, retrocedeu culturalmente e ainda ando a ver para que século. De qualquer modo, foi para um tempo de trevas.

Reparem em cada experiência relatada, neste caso são conterrâneos nossos mas podiam ser quaisquer outros estrangeiros. 
Reparem também como os nossos conterrâneos não têm qualquer apoio, digno desse nome, do consulado ou da embaixada. Estão entregues a si próprios num meio hostil. 
E reparem na gravação do discurso da PM e no tom de voz, frio, impessoal, como se de um robot se tratasse.

Não prevejo a possibilidade de ver pacificar e regenerar esta tensão cultural, que odeia e rejeita tudo o que é diferente, no tempo de duas gerações. 
Primeiro, ainda têm de sentir as consequências sociais e económicas desta decisão, que foi irresponsavelmente promovida pelos conservadores e pelos populistas.
Depois, ainda têm de verificar que lhes mentiram, que a presença dos estrangeiros não era a causa das suas dificuldades económicas.

Quando um país atinge este grau preocupante de tensão social, tudo nos indica que vai passar por um período de conflitos e até de uma certa violência.
Ora, o ambiente propício à qualidade de vida, à prosperidade económica, à inovação, à segurança, é a democracia e a colaboração entre comunidades.

Estarão os jovens europeus dispostos a viver num ambiente em tudo hostil às suas expectativas legítimas? 
Não creio. Os que tiverem alternativa num outro país europeu, não hesitarão.


A França pode aprender muito com o actual cenário cultural e social do Reino Unido pós-Brexit. 
As eleições são um teste importante à capacidade dos franceses descodificarem a mensagem dos populistas, identificarem a sua cultura de base e desmontarem a sua agenda.

   

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