Mesmo para quem defende hoje o nacionalismo, e isto pode parecer um paradoxo, a união europeia garante-lhe:
- maior protecção territorial e das populações, incluindo do terrorismo;
- maior garantia na segurança alimentar e ambiental, e não esquecer a protecção e defesa energética e cibernética;
- uma posição mais forte na negociação política e económica;
- vantagens na gestão dos recursos comuns, o mais valioso dos quais é o potencial humano e a inovação científica e tecnológica.
A Europa pode tornar-se, se os cidadãos europeus estiverem mobilizados, um núcleo vivo e dinâmico de valores democráticos, de inovação cultural, de construção de um futuro com qualidade para as novas gerações.
As lideranças europeias, apesar dos sustos Brexit e eleições americanas, ainda não estão preparadas para lidar com os desafios globais.
Há uma lentidão nas respostas que se deve à maquinaria pesada em que se tornou a sua administração.
Há uma cultura de séc. XX que prevalece e que se deve à lógica do funcionamento dos partidos convencionais europeus.
Serão os movimentos cívicos, e as comunidades científicas, os próximos motores da mudança cultural necessária para reorganizar as prioridades e as estratégias.
E serão as lideranças europeias e a sua maquinaria pesada que terão de se adaptar e depressa.
Para já, há prioridades a não esquecer:
- a capacidade das lideranças europeias passarem da lógica da finança para a lógica da economia, o que implica impedir a movimentação ilícita de capitais no próprio coração da Europa;
- a forma como se vai lidar com a Grécia, depois dos erros cometidos, deixando os gregos respirar e viver a sua escolha pela Europa;
- a Alemanha passar a colaborar numa plataforma mais abrangente do que a económica (a moeda) e numa perspectiva de longo-prazo, tal como tem dado o exemplo no acolhimento a refugiados;
- a eficácia da prevenção de quaisquer interferências na campanha das presidenciais francesas e de outras eleições europeias, e da propagação de uma cultura nacionalista.
A fórmula proposta é: pensar como cidadãos do mundo, agir como cidadãos europeus.
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