quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

América: responsabilizar o partido republicano e activar as ferramentas da constituição


O momento de Kennedy foi a crise dos mísseis em Cuba.



O momento de Nixon foi a aproximação com a China.




O momento de Trump foi a noite da eleição.



A partir daqui, há que analisar o processo a fundo, o que falhou, o sistema político, o sistema eleitoral, os media, as notícias falsas nas redes sociais, a investigação em curso sobre o possível hacking, a forma como Trump já revelou que irá conduzir a sua política internacional sem respeitar os procedimentos diplomáticos, e as nomeações mais do que discutíveis da sua equipa. Entregar uma potência como a América, de diferentes Estados, diversas comunidades e culturas, nas mãos de uma equipa que não respeita os valores básicos de uma democracia e não inspira qualquer confiança aos próprios americanos e ao resto do mundo, é simplesmente impensável.

É o próprio sistema político, e o sistema eleitoral, que permitiu a sua emergência, que deve ser responsabilizado. Culpar os eleitores é injusto e nada eficaz. 
O sistema político apresentou aos eleitores no final da corrida 2 opções: uma, o mesmo filme que lhes encolheu o presente e o futuro; outra, um suposto rebelde que soube ler a sua revolta e soube aproveitá-la para o seu próprio ganho. Insisto: culpar os eleitores é injusto e ineficaz, e apenas serve para aceitar tudo o que não é aceitável em democracia.

O sistema político falhou, o sistema eleitoral falhou. 
Os media e as redes sociais colaboraram na criação e na alimentação da personagem. 
E pior!, criou-se um novo tipo de emprego lucrativo: produzir e divulgar notícias falsas nas redes sociais.


O que nos resta agora enquanto cidadãos do mundo? Sim, porque não é uma questão apenas americana, a confirmação de Trump afecta-nos a todos porque habitamos uma única casa comum, a Terra. 

1 - responsabilizar o partido Republicano de encontrar outro nome elegível utilizando as ferramentas constitucionais: Cláusula 6 do Artigo Dois e a Vigésima quinta Emenda;

2 - pressionar os Eleitores presidenciais republicanos para analisarem os factos apresentados e considerarem o risco, não só para a América, mas para todos os restantes países (e já agora para as gerações futuras), da confirmação de Trump e da possibilidade de o levarem até ao juramento sobre a Constituição no dia 20 de Janeiro.

Não é por acaso que já surgiram milhares de Petições (só no Change.org) a solicitar a aplicação das ferramentas que a Constituição permite, para evitar que Trump seja confirmado dia 19 e inaugurado a 20 de Janeiro. Nunca deve ter havido tantas pessoas na América e no mundo a estudar a Constituição americana.


Plano B: no caso do próprio sistema político americano não utilizar os mecanismos democráticos ao seu dispor, terá de surgir, nas diversas comunidades criativas de cidadãos do mundo, formas de intervenção muito claras, democráticas e eficazes. 





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