terça-feira, 1 de novembro de 2016

Economia parasitária e economia produtiva





Vale a pena acompanhar a descrição que o economista Michael Hudson faz da "junk economics" e como chegámos aqui. 
Um século bastou para que este tipo de economia predatória e parasita se tornasse dominante e asfixiasse populações, países, regiões, e atirasse para a pobreza milhões de pessoas. Porque foi isso que aconteceu. O desequilíbrio económico produz guerras e lucra com as guerras.

No início do séc. XX os futuristas imaginavam que o capitalismo iria permitir uma expansão da economia de uma forma equilibrada na sua distribuição. Este capitalismo progressivo seria semelhante a uma socialização da economia. 
Marx baseou-se em Adam Smith, John Stuart Mill, os "iluminados" franceses, em que havia uma distinção clara entre lucro ganho (earned income) - salários e lucro -, e o lucro não ganho (unearned income) - donos e arrendatários. O trabalho, a produção, era a base do capital.

A "junk economics" é baseada numa reacção a esta distinção, anulando-a: os donos e arrendatários é que ganham o lucro.
A "junk economics" só podia mesmo ser descrita em americano, a lembrar-nos os melhores filmes de gangsters nos anos 30.

O conceito de produção foi completamente adulterado. O parasitismo passou a ser considerado produtivo, porque o parasita faz parte integrante do corpo que parasita e passa a ser considerado fundamental para a economia, como uma parte produtiva.

Como facilmente se percebe, o valor do trabalho e da produção foi encolhendo até à situação actual.
Uma nova economia terá necessariamente de funcionar fora deste esquema. A única forma é através de uma mudança cultural, já em curso.



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