quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Não me parece possível propor aos cidadãos espanhóis um terceiro acto eleitoral com os mesmos protagonistas

Nuestros hermanos ainda não têm um governo! Será possível? 2 eleições legislativas e nada resulta daí?
Ontem no programa informativo da RTP3 com a Ana Lourenço falou-se na eventualidade de uma terceira ida a votos. 
Uma das explicações do falhanço dos acordos seria a pouca flexibilidade de Rajoy e a sua dificuldade de negociar. De qualquer modo, a responsabilidade de encontrar uma solução para a gestão política do país também recai sobre os restantes partidos.
Também se referiram os prejuízos desta indefinição, para Espanha mas também para Portugal e a Europa. A nível político, económico e, como sempre nestas coisas da política, social.
E é por isso que, como também foi referido, no caso de terceiras eleições prevê-se que o PSOE seja fortemente penalizado. O antigo PM González terá mesmo dito que o PSOE se deveria abster para viabilizar o governo.

A democracia implica a capacidade e a responsabilidade de negociar. Será que os políticos em questão têm esta capacidade e responsabilidade?
Quando se trata de analisar o comportamento e a acção de políticos é difícil sermos objectivos e não nos deixarmos influenciar pelo preconceito. A classe política tem-nos desiludido tanto que já não temos grandes expectativas.

Rajoy, o que me sugere este político? Teimoso, fora de moda, sem carisma nem entusiasmo.

Sánchez movimenta-se como um toureiro na arena, com a vaidade própria dos políticos a quem falta maturidade.

Iglesias parece um adolescente tardio em fase de afirmação, e não é só o rabo-de-cavalo que incomoda, ou as mangas de camisa em acto formal. É o olhar inquieto de alguém hiperactivo, esquivo e escorregadio.

Finalmente, daria o benefício da dúvida a Rivera do Ciudadanos, como um político em formação, capaz de aprender com a experiência e capaz de negociar.

No caso de terceiras eleições, muita coisa vai mudar nas lideranças do PP e do PSOE, a meu ver. Não me parece possível propor aos cidadãos espanhóis um terceiro acto eleitoral com os mesmos protagonistas.

Não sei se Felipe VI tem essa influência mas, da próxima vez que lhe aparecessem à frente, revelar-se-ia urgente e necessário exigir aos lideres partidários para refrescar os seus partidos internamente antes de se apresentar de novo a terceiras eleições. Que não seriam este ano, evidentemente, mas no início do próximo. Não quereria arriscar um novo falhanço perante o povo espanhol que merece mais respeito.






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