domingo, 11 de maio de 2014

Será que num futuro próximo poderemos estar perante a escolha entre o euro e a democracia?

Aqui referi que não saberia responder se a questão do euro era ou não central no debate sobre como a união europeia se afastou do projecto inicial. Entretanto, depois de ouvir as diferentes perspectivas, torna-se cada vez mais evidente para mim que, mais cedo ou mais tarde, a permanência no euro se vai tornar insustentável. A tal ponto que a escolha se fará entre o euro e a democracia na Europa, como refere Emmanuel Todd nesta conferência da Harper:



Para este antropólogo social e historiador, especialista em demografia, não se trata apenas de uma crise económica potenciada pela moeda única, mas de uma verdadeira crise social e cultural. Destaca as principais diferenças culturais entre franceses e alemães por exemplo, entre uma sociedade individualista e uma sociedade colectivista, uma sociedade pouco eficiente e uma sociedade muito eficiente. Refere também os preconceitos culturais norte-sul que entretanto surgiram na Europa e expõe os erros do projecto inicial. A sua proposta é um regresso à solidariedade regional e local, depois do tsunami da globalização.

Temos verificado que o euro se tornou um assunto tabu, excepto nalguns programas eleitorais, mas o pior que nos podia acontecer, e estamos muito mais vulneráveis do que a França, era não estarmos minimamente preparados para a possibilidade de uma saída forçada pelas circunstâncias. Deveríamos estar a pensar num plano B.

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