sábado, 2 de novembro de 2013

Equilíbrio vital - consciência abrangente - comunidades criativas

Ultimamente tenho dedicado algum tempo matinal a tentar compreender porque é que os debates culturais e políticos actuais se revelam inúteis para o grande plano e para as questões verdadeiramente importantes e prioritárias.
A minha perplexidade vai mais longe: porque é que pessoas em lugares estratégicos de grande responsabilidade na gestão colectiva, política e económica, se dedicam a exercícios verbais inúteis e nos tentam vender ideias e fórmulas esgotadas que já se verificou não terem qualquer resultado prático construtivo? Porque é que pessoas em lugares de poder e influência evitam as grandes questões que dizem respeito a todos nós? Porque tentam manter uma cultura obsoleta que não se adapta ao desenvolvimento científico e tecnológico actuais nem aos desafios que enfrentamos hoje?

Resolvi desligar a televisão, evitar os sites informativos oficiais e pegar na minha lista das questões prioritárias. Vamos a isso:

Quais são as questões verdadeiramente importantes e prioritárias?
1 - Começaria pela sobrevivência da vida humana na Terra, por exemplo. Pode parecer-nos uma forma muito dramática de colocar esta questão, mas hoje alguém pode negar o percurso auto-destrutivo da actual gestão política e económica e das grandes opções de quem exerce o poder?;
2 - a qualidade da vida humana (alimentação, habitação, saúde, educação, interacção social, autonomia, participação na comunidade, etc) e a utilização dos recursos de forma adequada e equilibrada;
3 - uma mudança cultural e política que nos permita acompanhar e optimizar o desenvolvimento científico e tecnológico e lidar com os grandes desafios actuais.

A seguir procurei identificar os princípios em comum. Se repararem bem, todas as grandes questões referidas, sobrevivência da vida humana na Terra, qualidade da vida humana, utilização dos recursos de forma adequada e equilibrada e uma cultura e política adequadas ao desenvolvimento científico e tecnológico e aos grandes desafios actuais, implicam
equilíbrio vital - consciência abrangente - comunidades criativas.
Pronto, aqui está uma fórmula muito simples que me surgiu em horas matinais e que me tem acompanhado ultimamente. A sua representação gráfica poderia ser: um círculo maior para o equilíbrio vital que está presente em tudo na vida na Terra; dentro dele num círculo mais pequeno onde cabe a consciência abrangente, isto é, a intervenção humana e, neste círculo, as interacções e a informação partilhada das comunidades criativas, as inevitáveis setinhas num ou em dois sentidos.

Equilíbrio vital: "homeostasis" vem da biologia e é uma das condições básicas das diversas formas de vida, desde as mais simples às mais complexas. É também um princípio fundamental para os neurocientistas (ex.: António Damásio, um dos autores que será abordado nesta análise).


Consciência abrangentebaseada na perspectiva de "consciência" de António Damásio e da importância das emoções; na análise de Arno Gruen sobre os riscos do conformismo baseado na "traição do Eu" e da importância da empatia na sobrevivência das comunidades; da consideração da dimensão terapêutica da arte por Alain de Botton, como construção cultural de uma história diária da sobrevivência humana.


Comunidades criativas: partindo das condições para a sua sobrevivência e qualidade de vida, surge actualmente a possibilidade das comunidades se tornarem participativas e responsáveis pela sua viabilidade, pelo seu futuro. Aqui entra a perspectiva alargada de economia e da criação de riqueza de Alvin Toffler, em que a economia não se esgota no sistema monetário: a importância da "informação partilhada":







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