segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A credibilidade e a legitimidade





A credibilidade tem a ver essencialmente com a confiança. 
A base da confiança tem a ver com:
- informação fidedigna, fiável, factual ou baseada em dados científicos e estatísticos;
- capacidade de reconhecer uma falha ou um erro e corrigi-lo de imediato;
- apresentar, sempre que possível, as fontes de informação, das ideias, das estratégias, dos equipamentos;
- é possível identificar os seus valores-base, mesmo que controversos e não baseados na opinião geral ou oficial;
- em caso de mudança de opinião sobre questões essenciais, partilhar esse facto e as razões dessa evolução cultural.

A legitimidade baseia-se na confiança em situação de liderança e de influência: poder.
Requer representatividade e o reconhecimento de um grupo ou população.
E implica:
- respeito escrupuloso pelas regras do jogo: documentos-base, contratos, acordos;
- capacidade de liderança: ouvir, observar, estudar, negociar e decidir;
- capacidade de empatia, de forma a assegurar a inclusão e colaboração necessárias ao equilíbrio e bem-estar de um grupo ou população; 
- lidar com situações de forte pressão e stress: identificar sinais de alarme, recorrer à capacidade de controle emocional;
- capacidade de antecipar o futuro e mobilizar o grupo ou população para as mudanças culturais e organizacionais necessárias à sua qualidade de vida, assim como das gerações futuras.


Provavelmente já se aperceberam que há lideranças com graves falhas de legitimidade: a América, a gerir o equívoco cultural da "grandeza"; o Reino Unido, a gerir o equívoco social e económico do "Brexit"; a Europa, a gerir o equívoco cultural, económico e político da "união".

A grandeza da América está na sua cultura de futuro, a nível social, artístico, científico e tecnológico.
A unidade do Reino está na identificação e correcção dos desequilíbrios sociais e económicos das diversas regiões e populações.
A união e coesão europeias mantêm-se respeitando a diversidade e especificidade cultural, económica e política dos países-membros.

Como facilmente se percebe, as lideranças em questão e as suas agendas não só não são as certas, como não podiam ser as mais erradas.
Ao basearem-se em equívocos, não só perderam credibilidade como legitimidade. 




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