sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Nobel da Literatura para uma mulher jornalista de investigação

Ontem ouvi na RTP 3 uma especialista falar de Svetlana Aleksievitch, jornalista de investigação bielorrussa, que acaba de ganhar o Nobel da Literatura. O seu percurso, a sua experiência com a "mãe Rússia". Só um dos seus livros está traduzido em português, "O Fim do Homem Soviético - um tempo de desencanto".
Uma frase ficou a tilintar nos meus neurónios: encontra-se no que escreve mais jornalismo e menos literatura.

Como leitora compulsiva, tem sido esse o meu trajecto - da poesia, romance histórico, novela psicológica - para os textos de viagem, a reportagem, os ensaios.
Como se houvessem dois planos, o plano fantástico e o plano realista (Tennessee Williams através da personagem Rev. Lawrence Shannon em "A Noite da Iguana") e eu tivesse caminhado de um para o outro.
Se olharmos à profundidade, estes dois planos coexistem, e é isso que dá consistência e intensidade à verdadeira literatura.

Apenas referir que há muitos mais homens prémio Nobel da Literatura do que mulheres. Também como leitora, a proporção de escritoras que li é ínfima em relação aos escritores. Por isso, já é tempo de ouvir a voz das mulheres, o seu olhar e o seu sentir.








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