quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sem confiança não há esperança





A confiança, uma vez perdida, não e recuperada. 
E sem confiança não há esperança.

E esta a nossa triste realidade hoje: 


- alguém confia na capacidade do governo actual de passar a ser eficaz na protecção civil, na segurança, na prevenção?

A prevenção implica investigação, antecipação, adaptação. 
A policia judiciaria só deteve casos psiquiátricos de um perfil que definiram. 
A versao oficial do governo agarrou-se à negligência. 
A comunicação social serviu esta informação oficial que oculta, confunde, manipula. 
Apenas a Sic teve a coragem de revelar o crime organizado, a industria do fogo, o terrorismo florestal. 
A Galiza descobriu a principal origem dos incêndios em poucos dias e organizaram-se manifestações. Nós continuamos a ser os cordeiros sacrificiais de governos incompetentes.

- alguém confia na capacidade da Assembleia da Republica encontrar uma alternativa viável a este governo? Cada grupo parlamentar funciona como representante de lóbis de segmentos sociais, de interesses corporativos. 

A sua cultura de grupo não lhes permite ver o país e os seus cidadãos na sua dimensão global, definir prioridades, mobilizar recursos, antecipar desafios, minimizar riscos.
Na questão essencial dos incêndios florestais continuam a papaguear alterações climáticas, limpeza da floresta, ordenamento do território. Ao não referirem o crime organizado como a origem principal dos incêndios perderam a credibilidade.

Os cidadãos merecem governos competentes e políticos decentes. 
O PM recusou-se a demitir a ministra e o secretário da Administração interna depois da tragédia de Pedrógão.
Este governo só apresentou resultados na economia e nas finanças e o PM andou a gabar-se da proeza na campanha eleitoral das Autárquicas, já depois da tragédia de Pedrógão. 
O PM, depois da segunda tragédia, só pediu desculpa às vítimas e demitiu a ministra e o secretário de Estado depois do ultimato presidencial.

Os cidadãos podem legitimamente exigir a demissão deste governo e a dissolução desta Assembleia da República.

Os cidadãos podem legitimamente exigir a eliminação de serviços-empresas-negociatas que têm servido para destruir vidas humanas e recursos colectivos.
Os cidadãos podem exigir legitimamente a redução, nos seus impostos, dos ministérios da Administração interna e da Justiça, e de instituições como a Procuradoria-Geral. 

Todos juntos e organizados podemos tratar da nossa própria protecção e segurança, contratar técnicos competentes, criar associações e comunidades criativas, encontrar soluções eficazes e inovadoras.

Não estamos condenados a sustentar os nossos piores adversários para sofrer, empobrecer e morrer. 


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