sábado, 12 de agosto de 2017

Autárquicas 2017: o perfil do novo gestor político





A política não se esgota na política partidária. A política é a gestão dos recursos colectivos e envolve um grau elevado de responsabilidade.
Como cidadãos já verificámos que não podemos deixar de participar nas grandes decisões sobre as nossas vidas e o futuro das novas gerações.

Quando analisamos o perfil de um gestor político, consideramos a capacidade de liderança e as dimensões capacidade de organização, coordenação, mobilização, motivação da equipa.
O que não esperamos é ter de colocar no perfil dimensões básicas como cultura democrática, receptividade a uma democracia participativa, de uma comunidade diversa e inclusiva, e cultura da colaboração, pois são dimensões que julgávamos presentes em todos os candidatos a gestores políticos. :)
Essa não é a nossa realidade. O que temos visto é uma cultura individualista baseada na imagem pessoal, elitismo baseado numa cultura partidária, fortemente competitiva e agressiva. Ora, esse tipo de gestores políticos não nos serve.

Vamos afinar o nosso perfil para aplicar aos candidatos a presidentes de câmara.
Às dimensões já referidas de um gestor político, acrescentaríamos capacidade de negociação e compromisso, persistência, optimização dos recursos, interacção e colaboração com outros municípios e outras regiões da comunidade europeia, conhecimento profundo do território e da população, receptividade às preocupações e sugestões dos munícipes, e outras ainda a analisar. 

Consideremos agora os actuais candidatos a presidentes de câmara. Já repararam que, se formos seguir o perfil definido, de forma rigorosa, a maioria não passa no primeiro crivo?
Vejamos então:
- candidatos com mais de 3 mandatos exercidos;
- com irregularidades na gestão financeira;
- que revelem uma cultura individualista e competitiva, uma linguagem conflituosa, uma atitude agressiva e/ou  um discurso partidário;
- que exerçam actualmente a função de deputados;
- (a analisar)

Nas Autárquicas 2017 apostaria nos candidatos:
- residentes na própria região e que conheçam o seu território e população; 
- jovens qualificados e percurso profissional com provas dadas;
- independentes e com um projecto claro e uma equipa coesa e bem organizada;
- que se candidatam a um primeiro ou segundo mandato e, só excepcionalmente, a um terceiro mandato no caso de ter projectos em andamento que reconhecidamente valorizam a qualidade de vida da população e a economia da região;
- que estabeleçam facilmente uma rede de interacção e colaboração entre municípios e outras regiões da comunidade europeia;
- que se movimentem com facilidade nas candidaturas a projectos europeus;
- com capacidade de inovação, utilização de novas estratégias para lidar com os desafios actuais: economia sustentável, atracção de jovens qualificados, segurança e qualidade de vida da população, etc. 


Post publicado n' As Coisas Essenciais.



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